6/19/2006

Versos bárbaros

















Versos bárbaros,
Invadam meu poema esta noite
Libertem os vocábulos obscenos

Degolem todas as palavras de família
E tirem as mordaças dos adjetivos devassos

Vamos conjugar o verbo no deleite mais que perfeito
E espalhar o terror no glossário pudico
Destruir o Templo das Orações sem Sujeito
Anexar os Vulcões da Lascívia ao território dos Amantes Mornos

Palavras virgens, entreguem-se aos transitivos
Línguas mortas, ressuscitem na boca do povo

Que todos vejam:

Arrombamos os parênteses.
O poder está despido.
O pudor está deposto.

Nenhum comentário: