6/03/2006

Gripe

Vou manipular um poema para curar enfermos
Um poema forte de efeitos imediatos

Recite em dose única para alcançar os hipocondríacos

Que não lacrimeje os olhos com falsa tristeza
- Antes a dor que a tristeza falsa
Que não arranhe a garganta com rimas pobres
Que seja raridade genérica ao alcance dos pobres
Mas que custe caro, a vocês, pobres de espírito -
seres de versos escorridos!

Alvo de bactérias e vírus,
recebam de peito aberto este poema-espirro:

ZZZZTCSH!!!

img: getty images

2 comentários:

Anônimo disse...

Espero que tenha melhorado. Eu também peguei uma gripe, mas para não deixar por menos, pequei com gripe e tudo. Fui para são paulo. Visitei dois museus (o da língua portuguesa e a homenagem a Santos=Dumond no museu da casa brasikeira - claro, lembrei de você nas duas), assisti ao Fantasma da Ópera, aassisti a Código da Vinci, jantei no Bar Brahma, esquina da São joão com Ipiranga, aquela esquina da música e encontrei um amigo DJ (pode uma coisa dessa?) que ia dar uma festa só com m´pusica brasileira em um centro cultural da Av. Ipiranga. Dancei até de madrugada. A gripe não melhorou, mas minha alma voltou bem limpinha com todos esses pecados cometidos. Um beijo.

Anônimo disse...

Num café de Paris
uma atriz brinca com a fumaça do cigarro
eu a vi no palco
branca e bela e ruiva
como alguém que conheço.
Ela fazia bolhas de fumaça
com graça
com raça
e nem disfarça
quando me aproximo
com meu olhar latino
e a convido para dançar uma salsa
que tocava no ambiente.
Ela disse oui,
vient mon garçon,
montre moi ton ballet.
Eu juro que flanei na fumaça que subia insólita.