4/03/2006

CONSPIRAÇÃOTIPOGRÁFICA


Enforcou-se o canto em minhas cordas vocais
Neste canto só e mudo aguardo apenas os sinais

Não asfixie meu enfisema
Nem formule qualquer teorema sobre a razão da demência humana
Nem virgule esta sentença
Apenas ouça:
Eu sou mesmo o que você pensa. Quem te odeia. Quem te engana.

Vamos! Tragam os sinais! Um brinde! Uma taça!
Dois terços de aspas, um cubo de gelo
Quem cair por último que feche os parênteses e cole o selo

Agora sim
Vejo os cavaleiros do fim
Tão negros e densos como devem ser
Estão aqui perto de mim
Mas por que tres?
Talvez a ânsia de matar-me de uma vez

Assim, no ar, esta tortura nunca termina nem deixa evidências
Nesse canto só escuro morro aos poucos, como naftalina,
Ao deleite das reticências...

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