7/06/2006

Poema para o analfabeto

Não me craseie, meu amor. Não me craseie.
Sou artigo de luxo.
Amante do objeto. Direto.
Não sou complemento.
Sou acento.

Não me conjugue, meu amor. Não me conjugue.
Desconheces meu tempo e minhas anomalias.
Sou mutante. Ora consoante. Ora poesia.
Ninguém me rege.

Não me recite, meu amor. Não me recite.
Não conheces minha língua. Nem nada que me excite.
Não és transitivo. És apenas figurativo.
Um sujeito inexistente.

Não. O G nunca foi ponto.

7 comentários:

Paulo Cezar S. Ventura disse...

Posso te ler de trás para frente então? Foi a única possibilidade que tu deixaste. Então te coloco de ponta-cabeça (tens bom equilíbrio?) fingirei que estás escrita em árabe (ou chinez) e te lerei ao avesso.

Anônimo disse...

Caríssima,
Dimensão poética ou conceito metafísico? Rs...chega de razão falada!Lindo!

Anônimo disse...

Hahahhaha:
dimensão poética, mas útil a muitas mal-amadas.

pena que os "analfabetos" não leiam poesia.

Anônimo disse...

Caríssima, não compartilho das duas idéias encerrada acima .Nem tão pouco penso que vc mesma sinta isto.So não lêem poesia os analfabetos de alma.E não exite mal-amadas existem incapazes de amar e deixar se amar.De resto tudo que vejo em vc é poesia . Perdoe-me pelo reparo e perdoe-me mais (imensamente ) se interpretei errado.

Anônimo disse...

Eu que me expressei errado, Geo.
E concordo com você!

Anônimo disse...

Sinta se a vontade para apagar o meu comentário ..beijos

Debora disse...

Pouco me importa se entendes
os versos sem métrica que faço,
se são como barco que naufraga
ou como o nascer do dia
nas montanhas azuis da minha janela.

(essa visão sempre me cala)

louca - sem loucura
ouço o eco de uma canção antiga
que minha alma conhece de cor
e escrevo

mas nada disso deve ser levado a sério
"o poeta é um fingidor" , lembra?